urgente; cristãos enfrentam ataques na Alemanha - Denúncia política

O lado oculto da política

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urgente; cristãos enfrentam ataques na Alemanha


A mãe de quatro filhos tinha 38 anos e vivia na Alemanha desde 2011. Afegã e ex-muçulmana, havia se convertido ao cristianismo e se envolvido em um projeto para ajudar os refugiados promovido pela sua igreja em Prien am Chiemsee, no estado alemão da Baviera. Nenhum de seus amigos jamais pensou que a mulher seria esfaqueada na rua e em frente de seus filhos por um refugiado de 29 anos, também do Afeganistão. O crime ocorreu no dia 30 de abril.
A polícia agiu inicialmente com cautela em relação ao motivo do crime. O agressor foi considerado "mentalmente instável" e está passando por tratamento psiquiátrico. Mas os investigadores também estão considerando a conversão religiosa da mulher como uma possível motivação para o crime. O suspeito, um muçulmano, foi descrito como "muito religioso".
No funeral, o pastor da comunidade falou sobre as reações desencadeadas pelo crime. Em entrevista à DW, Karl-Friedrich Wackerbath disse que um grupo de muçulmanos apareceu espontaneamente e se desculpou pelo ocorrido. Eles também expressaram o desejo de que o crime não provoque uma campanha de difamação geral contra os muçulmanos.
O dia a dia em um abrigo de refugiados é outra história. Desde 2015, houve um aumento no número de relatos de refugiados cristãos que foram atacados verbal ou fisicamente. Embora a situação tenha relaxado com a queda do número de refugiados que chegam à Alemanha, ainda ocorrem situações difíceis para os requerentes de refúgio que se converteram.
Vítimas se sentem impotentes
Por exemplo, uma parede em um abrigo foi pichada com a frase "é hora de matar os infiéis". A entrada do banheiro, chuveiros e da cozinha foi restringida com a frase "o impuro não pode entrar". Há casos de convertidos obrigados a ouvir preces islâmicas ou versos do Alcorão, que são transmitidos por meio de telefones celulares. Aqueles que não usam véus ou que exibem crucifixos estão sujeitos a recriminações duras. Além de insultos e abusos, há ataques de faca, e, com frequência, ameaças de morte.
Representantes de organizações religiosas que ajudam refugiados disseram à DW que tais incidentes são frequentes. O jornal Iraner Seelsorge de Hannover, que aconselha refugiados do Irã, relatou o caso de um jovem convertido que foi intimidado na escola. Os abusos ocorreram com regularidade e acabaram forçando o jovem a abandonar a instituição.
Na igreja luterana Trindade, no distrito de Steglitz, em Berlim, o pastor Gottfried Martens reclama que as vítimas que denunciam tais casos não são levadas a sério.
No ano passado, o chefe da Conferência dos Bispos Alemães, o cardeal Reinhard Marx, bem como o chefe do conselho da Igreja Evangélica na Alemanha, Heinrich-Bedford Strohm, admitiram a existência de casos de intimidação e violência contra refugiados cristãos. Eles disseram que levam a questão a sério, mas que ainda não tem informações claras sobre o tamanho do conflito religioso. Passaram a ideia de que se trataram de incidentes isolados.
Apenas a ponta do iceberg?
"A teoria dos casos isolados foi refutada", disse Ado Greve em uma conversa com a DW. Greve é ​​porta-voz da ONG cristã Portas Abertas em Kelkheim, um subúrbio de Frankfurt. A organização tenta dar voz às minorias cristãs ao redor do mundo.
Quando as queixas sobre a discriminação de refugiados cristãos não pararam de chegar, a Portas Abertas decidiu levantar alguns números por conta própria. A primeira tentativa foi criticada publicamente por reunir dados que não seriam confiáveis. Mas em outubro de 2016 a organização publicou um segundo levantamento: "56% das pessoas ouvidas citaram agressões físicas graves e 83% admitiram que sofreram agressões", contou Ado Greve.
As duas pesquisas ouviram 743 refugiados cristãos e dez da minoria yazidi entre maio e setembro de 2016. No grupo havia mais 300 iranianos, 263 sírios, 63 afegãos, entre outras nacionalidades. Os documentos da Portas Abertas listaram 522 episódios de ataques. Segundo as pesquisas, 91% das pessoas ouvidas culparam refugiados muçulmanos pelos ataques – e, entre elas, 28% culparam guardas de origem muçulmana. Em muitos casos as vítimas apontaram que os agressores eram conterrâneos.
Quando a reportagem questionou a se amostra não seria muito limitada, Greve respondeu com uma pergunta: "Quantos refugiados afetados precisamos achar para que não encaremos como casos isolados, quinhentos, mil?"
Nenhum caso listado no relatório levou a alguma uma condenação. Até agora, apenas o estado de Hesse implementou medidas para tentar reduzir os casos de agressão e ameaças.
Fonte: DW


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